sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Saúde da mulher

A enxaqueca e a mulher

Enxaqueca menstrual

A enxaqueca é uma condição comum com uma incidência significativamente maior no sexo feminino, afetando entre 13% e 18% das mulheres. A prevalência aumenta até os 40 anos de idade, e então começa a diminuir. Muitas mulheres relatam uma mudança na freqüência e intensidade dos episódios associada à menstruação, embora menos que 10% das doentes apresentem crises apenas durante o período menstrual. Essas dores de cabeça são mais severas e difíceis de tratar. Acredita-se que a variação nos níveis de estrógeno levam a um desequilíbrio nos níveis de serotonina, causando alterações em neurotransmissores importantes na prevenção da enxaqueca.

Se você é uma mulher

com enxaqueca, não se surpreenderá em saber que o seu impacto sobre a qualidade de vida é semelhante ao diabetes, insuficiência cardíaca, ou a hipertensão arterial. Uma crise de enxaqueca é debilitante: trata-se de uma dor em um lado da cabeça, de intensidade moderada a grave, latejante, geralmente acompanhada de outros sintomas como:

  • náuseas e/ou vômitos
  • aversão à luz (fotofobia)
  • aversão ao som (fonofobia)
  • vontade de ficar parada, pois a dor piora com a movimentação.

Um episódio não tratado costuma durar de 4 a 72 horas. Infelizmente, as mulheres tem uma maior tendência a desenvolver a doença: cerca de 18% de nós sofrem de enxaqueca, em comparação a apenas 6% dos homens.

O que é a aura da enxaqueca?

Cerca de 15% dos pacientes apresentam a chamada "enxaqueca clássica". Ela é caracterizada por uma aura que antecede o início da dor, consistindo freqüentemente de alterações visuais em um olho. Essas alterações podem aparecer como pontos escuros em movimento, traços luminosos, pontos brilhantes ou pulsáteis. Em outras pessoas, envolve alterações sensoriais no braço ou na face. A aura dura entre 5 e 60 minutos, desaparecendo antes do início da dor. Os pacientes que não apresentam aura têm a chamada "enxaqueca comum", constituindo cerca de 85% dos casos.

Qual a causa da enxaqueca?

A fisiologia (processo) da enxaqueca é bastante complexa. Uma substância fundamental implicada nos episódios é a serotonina, um mensageiro do cérebro. Níveis reduzidos de serotonina desencadeiam uma série de alterações químicas, resultando na dilatação (expansão) dos vasos sangüíneos cerebrais e na irritação do tecido nervoso.

Um motivo para o acometimento preferencial do sexo feminino é a influência do estrógeno nos níveis de serotonina. Quando os níveis de estrógeno caem, o mesmo acontece com a serotonina. Essa relação entre as duas substâncias também pode explicar porque algumas mulheres apresentam crises pouco tempo antes do período menstrual ou durante a perimenopausa (os anos anteriores à menopausa). Antes da menstruação, os níveis de estrógeno estão reduzidos, tendo grandes variações durante a perimenopausa.

Que fatores têm influência sobre a enxaqueca?

A maioria das mulheres com enxaqueca observam que determinados fatores facilitam a ocorrência das crises. Embora as alterações hormonais sejam apontadas como a causa da doença, muitos outros fatores, como o ambiente, a alimentação, o estado emocional, podem predispor a uma crise. Alguns dos fatores mais comuns incluem:

  • vinho tinto, queijos envelhecidos, e café (com cafeína)
  • nicotina
  • sono prolongado ou fadiga
  • alteração na pressão atmosférica (p. ex., uma queda súbita na pressão quando uma tempestade se aproxima)
  • altitudes elevadas
  • estresse e problemas emocionais.

O tratamento da enxaqueca geralmente requer o uso de mais de uma medicação, além do controle de fatores ambientais e emocionais. As medidas de auto-ajuda incluem:

  • uma dieta saudável, evitando-se alimentos relacionados as suas crises.
  • redução da cafeína na dieta.
  • redução da nicotina (parando de fumar).
  • hábitos de sono saudáveis (por exemplo, dormindo e acordando no mesmo horário todos os dias).
  • um programa de exercício, pois os exercícios aeróbicos diminuem a dor (após avaliação médica).
  • evitar outros fatores desencadeantes quando souber da aproximação de uma frente de baixa pressão atmosférica.
  • procurar áreas de baixa altitude.
  • técnicas de alívio do estresse, como exercícios de respiração e relaxamento.
  • biofeedback

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